quinta-feira, 4 de junho de 2009

Do or Die.

Los Angeles Lakers e Orlando Magic começam a decidir hoje o título da NBA, na Califórnia. Uma final que ninguém esperava. Antes da temporada, as apostas eram numa reedição da decisão do ano passado, entre Celtics e Lakers. Depois que Kevin Garnett se machucou, acabando com a esperança do bi para o Boston, a expectativa recaiu sobre o Cleveland de LeBron James, mas este foi eliminado pelo time da Flórida, que chega pela segunda vez em sua história à decisão (momento de me sentir velho, pois lembro bem das finais entre o Magic de Shaq e Penny e o Houston de Akeem - ainda sem o H na época).

Dizer que os Lakers são favoritos seria chover no molhado. Têm a vantagem do mando de quadra (nas finais, no sistema 2-3-2). Têm tradição e experiência que os adversários não têm. E, principalmente, têm Kobe.

Vale lembrar que esta será a sexta decisão de título para Mr. Bryant. Tri ao lado de Shaquille O'Neal, também foi vice ao lado deste, no ano em que o time resolveu apostar em veteranos como Gary Payton e Karl Malone - e acabou surpreendido pelo Detroit - e ainda na temporada passada, derrotado pelos Celtics. Nas duas oportunidades, o time de LA também era o favorito.

Se Kobe triunfar, terá conquistado seu primeiro título sem Shaq - fato que os detratores sempre usam para lembrá-lo da importância do pivô naquele tri. Nem precisaria... basta dizer que O'Neal foi eleito o MVP das três finais por um motivo simples: era o principal jogador do time. Mas a verdade é que um jamais teria conquistado nada sem o outro.

Só que, depois disso, Shaq foi campeão novamente, ao lado de Dwyane Wade, no Miami Heat. E Kobe não. Daí a importância dessa conquista, que seria a prova definitiva de que o armador pode liderar uma equipe ao tão sonhado troféu.

Até pela expectativa de um tira-teima entre Kobe e LeBron, o que mais se viu na imprensa americana nas duas últimas semanas foram comparações entre os dois. ESPN, CNN/SI, TNT, ABC e até a SLAM entraram no debate, em que LeBron saiu vitorioso quase sempre - e quase sempre por uma vantagem mínima. Eu mesmo, aqui na caixinha de comentários, disse que prefiro LeBron. Mas é preciso ver as sutilezas que existem numa comparação como estas. Se eu estivesse montando um time, escolheria-o por sua força, idade, talento e jogo coletivo. Se eu tivesse que escolher um jogador para o último arremesso com 2 segundos no relógio, não exitaria em escolher Kobe. Nunca é demais lembrar que o primeiro tem 24 anos e o segundo, 30 (31 em agosto). Lebron, aos 24, é muito, mas muito melhor do que Kobe jamais sonhou ser com a mesma idade. E, mesmo assim, essa seria uma discussão sem fim, apenas com preferências individuais.

Eu prefiro outra. A que deve surgir logo após o título dos Lakers.

Curiosamente, Kobe Bryant está encerrando sua décima-terceira temporada na NBA. Mesmo número de Michael Jordan quando este decidiu pelo ponto final de sua história com os Bulls. Ocasião perfeita para lembrar de algumas coisinhas:

- Jordan chegou seis vezes à final e foi seis vezes campeão (Kobe, se vencer essa, fica com um retrospecto de quatro títulos em seis decisões).

- Jordan foi seis vezes eleito o MVP das finais (Kobe, se for campeão e se for eleito o MVP diante do Orlando, terá apenas um troféu).

- Jordan foi eleito o MVP da temporada cinco vezes em treze anos (Kobe, só uma, no ano passado - LeBron foi quase unanimidade neste ano).

- Jordan foi campeão seis vezes sem ter em seu time um pivô decente (Bill Cartwright, Luc Longley, Bison Dele, Dickey Simpkins, John Salley, pode escolher...). Seu fiel escudeiro, Scottie Pippen, era apenas três centímetros mais alto que ele (enquanto Kobe era o fiel escudeiro do monstro Shaqzilla no tri dos Lakers). Foi MJ quem mudou o conceito de que é impossível vencer sem um pivô dominante.

- Jordan teve médias de 32,5 pontos, 6,2 rebotes e 5,3 assistências em suas treze primeiras temporadas (Kobe, 25,1 - 5,3 - 4,6)

Ou seja, antes que alguém levante a lebre, eu digo logo - a única semelhança entre MJ e KB em seus treze primeiros anos de basquete é Phil Jackson, técnico de ambos durante a maior parte de suas carreiras. O mesmo Phil que já escreveu em um de seus livros que Kobe é "intreinável".

* * *

Se a quinta promete com o basquete da NBA, a quarta foi decepcionante com as semifinais da Copa do Brasil. Corinthians e Internacional se classificaram em jogos sem brilho, de apenas um gol (em Curitiba e que não valeu nada no fim das contas) e com muita violência fora do estádio (em São Paulo, onde um torcedor corintiano foi assassinado antes da partida a pauladas e facadas por vascaínos e palmeirenses, unidos na barbárie).

Não há nada, portanto, que justifique falar desses jogos, diante do absurdo de mais uma morte estúpida.

7 comentários:

felberg disse...

fala, camarada. tudo bem ? queria te perguntar umas coisas por email. qual é ? abs

Camilo Pinheiro Machado disse...

Estou curioso pra saber como a imprensa dos caras vai lidar com essa consagração do Kobe. Ou será que não vai haver consagração?

Eu era novo, mas lembro muito bem daquelas partidas em que eu torcia pro Houston influenciado pelo meu pai, fã do Drexler e do Hakeem...

Edu Mendonça disse...

Fala, Felberg! Manda para:

edu023@uol.com.br

Consagração, Camilo? Hmmm... Kobe vai apenas igualar o Shaq e o Duncan, com quatro títulos cada - coisa que a maioria esperava que ele tivesse feito no ano passado.

Ah, e tem que ganhar do Orlando antes...

Camilo disse...

to falando mais é desse lance de vencer sem um "cara" ao lado.

acho que vai ser em 5 partidas. todas em partidas difíceis.

Edu Mendonça disse...

Sem um cara?

E o Gasol?

Campeão Mundial, vice olímpico, duas vezes vice europeu... Sem ele, esse time do Lakers não teria chegado. Aliás, por conta dele o Kobe não deixou LA, quando ameaçou e quase saiu, há dois anos.

Eu acho imprevisível, porque tem ainda o lance das técnicas do Kobe e do Howard - cada um tem cinco e, na sétima, é gancho automático de um jogo. Imagine os Lakers sem um ou o Orlando sem o outro... acho que dá Lakers e que serão bons jogos de se ver.

renato disse...

camarada, o gramado do centenário pode prejudicar o toque de bola de lúcio, gilberto silva e felipe melo?

Edu Mendonça disse...

Hehehe... pela hora do comentário, tava zero a zero ainda. Quem diria, hein? Teremos que aturar o Dunga na Copa...